A inteligência é o farol que nos guia, mas é a vontade que nos faz caminhar. Érico Veríssimo
A iniciação científica é um programa voltado para estudantes de graduação que desejam se envolver em projetos de pesquisa científica em uma determinada área do conhecimento. Geralmente, esses programas são oferecidos por universidades, institutos de pesquisa e agências de fomento à pesquisa, e têm como objetivo estimular o desenvolvimento de habilidades de pesquisa, análise e síntese, além de promover o interesse dos estudantes pela ciência.
Para conseguir uma bolsa de iniciação científica, o estudante geralmente deve estar matriculado em um curso de graduação e ter bom desempenho acadêmico. Além disso, é necessário procurar um professor ou pesquisador que esteja disposto a orientá-lo em um projeto de pesquisa e que possa indicá-lo para a bolsa de iniciação científica.
As bolsas de iniciação científica são geralmente concedidas por agências de fomento à pesquisa, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e as fundações estaduais de amparo à pesquisa (FAPs). O estudante pode se candidatar a essas bolsas por meio de editais que são divulgados periodicamente pelas agências de fomento. É importante verificar os critérios de seleção e os prazos para inscrição, bem como seguir as instruções para a elaboração do projeto de pesquisa e a documentação necessária para a candidatura.
Porém, muitos estudantes ainda não entendem bem o que é uma iniciação científica (rotineiramente chamada de IC) e nem quais são as vantagens em se realizar essa atividade. Por isso que decidimos reunir alguns pontos para ajudar os graduandos indecisos.
O que é a Iniciação Científica?
Antes de encarar essa nova jornada acadêmica, primeiro precisamos compreender o que é o programa de iniciação científica. Como o nome sugere, esse programa oferecido por muitas universidades públicas e particulares é uma das principais portas de entrada ao mundo científico.
Ou seja, será um processo que o aluno receberá orientações de um professor, muitas vezes participando de encontros coletivos em grupos de estudos ou laboratórios, para aprofundar os conhecimentos em determinada área do seu curso, conhecer metodologias e técnicas para propor novas análises ou descobertas com raciocínio crítico mais desenvolvido.
Esse é um dos motivos para muitos graduandos que desejam ingressar na carreira acadêmica, e “emendar” um mestrado ou doutorado, investirem na iniciação científica para terem mais base acadêmica após a graduação. O que não significa que quem quer se inserir logo no mercado de trabalho não possa aproveitar os aprendizados, é importante lembrar que muitas iniciações científicas são focadas em análises e em inovação e tecnologia.
Afinal, um dos principais objetivos de uma IC é que o estudante desenvolva pensamento científico e criativo para encontrar caminhos ao problema proposto no início da pesquisa, o que é exigido tanto no mercado de trabalho quanto no ambiente acadêmico.
A iniciação científica na graduação
Para começar uma iniciação científica, é necessário que o candidato escolha seu objeto de estudo primeiro para desenvolver um projeto de pesquisa em parceria com seu orientador, deve-se prestar atenção para o projeto se adequar à linha de pesquisa do professor escolhido para enfrentar a jornada junto. Esse detalhe é muito importante, pois o orientador tem o papel de auxiliar, indicar bibliografia e debates.
Caso a linha de pesquisa não seja familiar ao professor, a experiência pode ser insatisfatória tanto para o aluno quanto para o orientador, que podem ter dificuldades em concluir o projeto ou atritos para se chegar aos objetivos esperados.
Uma dica interessante para quem quer investir em uma IC é pesquisar se o professor que deseja como orientador já desenvolve um projeto maior na linha de pesquisa que quer participar, assim, a pesquisa de iniciação científica pode ser um braço ou estar dentro desse “projeto guarda-chuva” do orientador, recebendo colaboração nos debates com colegas (graduandos, mestrandos ou doutorandos) que tenham pesquisas próximas ao seu objeto de estudo.
Apesar de muitos considerarem que a iniciação científica é apenas um “complemento” do curso de graduação, ela não é simples e merece dedicação, por isso que é possível realizá-la com ou sem bolsa de incentivo.
Muitos cursos também aceitam os resultados obtidos em uma iniciação científica como equivalência nas disciplinas de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), pesquise na sua faculdade ou departamento como que ocorre essa integração de currículo para jovens pesquisadores.
Dependendo do foco da iniciação científica, também é possível pedir equivalência de horas curriculares dedicadas à estágio, porém, mais uma vez, é necessário conferir na faculdade e departamento do curso para se informar se é possível e qual o caminho a ser tomado.
O tempo médio esperado para se concluir uma iniciação científica é de um ano com possibilidade de renovação para mais um ano. Apesar de existirem iniciações com duração de 6 meses, projetos curtos não são recomendados porque limitam a experiência do jovem pesquisador, como pouco tempo de pesquisa e para participar em congressos ou publicar os resultados em anais de eventos.
Como fazer uma iniciação científica com bolsa?
Devido ao tempo de dedicação que demanda uma iniciação científica, quando possível, o recomendado é pleitear alguma bolsa de pesquisa. Mais uma vez, é necessário compreender quais parcerias a faculdade que o interessado frequenta mantém para oferecer as bolsas.
Outro fator importante para avaliar antes de solicitar a bolsa de fomento para IC é se a fomentadora exige dedicação exclusiva, ou seja, não é possível estagiar, trabalhar ou receber outra bolsa durante o período que for contemplado com a bolsa de IC.
Vamos tentar reunir aqui quais os principais caminhos que um estudante de graduação pode percorrer para conseguir uma bolsa de IC.
Bolsas de auxílio da universidade ou faculdade:
Como mencionado, é possível que a própria instituição onde o candidato está matriculado ofereça bolsas à pesquisa de iniciação científica.
Por exemplo, a Universidade de São Paulo (USP) tem um Programa Unificado de Bolsas (PUB), atualmente, no valor de R$ 400,00 e com duração de 12 meses, em que o professor orientador poderá submeter um projeto em grupo, indicando as atividades e quantos bolsistas necessita, nas vertentes de ensino, pesquisa, cultura e extensão.
Outras universidades também mantêm projetos similares. Caso tenha interesse, confira as possibilidades e prazos diretamente na instituição onde está matriculado.
Bolsas PIBIC ou PIBITI:
Um dos caminhos para conseguir fomento na pesquisa de iniciação científica é submeter o projeto para avaliação no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) ou no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI).
O primeiro programa surgiu nos anos 1980 e o segundo em 2007, sendo que ambos são administrados até hoje pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com a intenção de que os alunos de graduação ampliem suas experiências e tenham uma formação mais bem qualificada na área de pesquisa.
A diferença entre os dois é que o segundo programa é focado em projetos que buscam inovação de tecnologias, fora isso, ambos são oferecidos tanto em Instituições de Ensino Superior e Institutos de Pesquisa privadas e públicas, segundo a cota para atender a demanda e estrutura de cada unidade.
Quem seleciona os candidatos são as comissões montadas pela própria universidade ou faculdade, desde que respeitem as normas estabelecidas pelo CNPq para que haja padrão nos processos de seleção.
Para as instituições públicas que mantêm programas de inclusão social, também é possível submeter o projeto no programa piloto de ações afirmativas PIBIC ou PIBITI, que busca oferecer oportunidades a grupos sociais historicamente discriminados.
Em média, a bolsa tem duração de 12 meses renováveis e, hoje, o valor da Bolsa de Iniciação Científica ou Tecnológica oferecido pelo PIBIC ou PIBITI é de R$400,00, sujeito a mudanças (confira aqui).
Para participar do processo seletivo, atente-se às chamadas públicas, que costumam acontecer uma vez ao ano, segundo o site do CNPq.
Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs):
As Fundações de Amparo à Pesquisa de cada estado brasileiro também oferecem bolsas aos pesquisadores ou graduandos que residem no estado de abrangência da fundação, por exemplo, independente se um graduando ser ou não paulista, se ele estiver matriculado em uma universidade no estado de São Paulo pode pleitear uma bolsa de iniciação científica via FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Ao contrário do que algumas pessoas acreditam, o fato de não ter realizado uma IC na graduação não exclui a chance de ser aprovado em um programa de pós-graduação. Porém, facilita a compreender algumas metodologias e dinâmicas na rotina acadêmica, como publicação de anais e participação de eventos.
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica CPS/CNPq (PIBIC CPS/CNPq – Modalidade Iniciação Científica/IC)
O PIBIC CNPq é um programa voltado para o desenvolvimento do pensamento científico e iniciação à pesquisa de estudantes de graduação do ensino superior. Visa despertar vocação científica e incentivar talentos potenciais entre estudantes de graduação, mediante participação em projeto de pesquisa, orientados por pesquisador qualificado, além de contribuir para a formação de recursos humanos para a pesquisa; à formação científica de recursos humanos que se dedicarão a qualquer atividade profissional e a reduzir o tempo médio de permanência dos alunos na pós-graduação.
Na Fatec temos PIBITI, ou para os mais próximos CNPq.
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação CPS/CNPq (PIBITI CPS/CNPq – Modalidade Iniciação Tecnológica/IT)
O Objetivo principal desse Programa é estimular os alunos de Fatec nas atividades, metodologias, conhecimentos e práticas próprias ao desenvolvimento tecnológico e processos de inovação. Também objetiva: (i) contribuir para a formação e inserção do aluno em atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação, (ii) contribuir para a formação de recursos humanos que se dedicarão ao fortalecimento da capacidade inovadora das empresas do País, e (iii) contribuir para a formação do cidadão pleno, com condições de participar de forma criativa empreendedora na sua comunidade.
Possibilita, portanto, que o aluno desenvolva um pensamento científico tecnológico e criativo para encontrar soluções o que é um dos requisitos exigidos pelo mercado de trabalho e também no ambiente acadêmico.
Bolsistas PIBITI/CNPq (Modalidade Iniciação Tecnológica – IT) 2021/2022
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Na graduação no ensino superior, as bolsas de iniciação científica terão acréscimo de 75%. Vão passar de R$400 para R$700. (Novos valores já valem a partir de março).
Publicado em 16/02/2023 08h18
Redator: Lucas Schaffhauser Carvalho
Adaptação: Valeria Z. - Comunicação Fatec Jaboticabal
Revisão: Professora Heloísa
Referência:
Publicado em 16/02/2023 08h18
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